terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Como Funciona um Projetor de Filmes?



Introdução

Os filmes são parte da cultura moderna. E mesmo que os filmes em VHS e DVD sejam extremamente populares, nada substitui o espetáculo exuberante de um grande filme, como "O Patriota" (em inglês), enchendo a telona. Somente nos Estados Unidos, existem mais de 37 mil telas de cinema, um testemunho claro do quanto gostamos de ir ao cinema!

Nesta edição, você vai aprender sobre o impressionante sistema de projeção que nos permite assistir a um filme em um cinema. Outros artigos nesta série examinam a telas de cinema   e os assentos, som de cinema, o sistema THX e a distribuição de filmes.

Para mostrar um filme em película há cinco coisas de que você precisa, com certeza:
avançar cada quadro do filme;



  • projetar a imagem do filme;
  • ler o áudio;
  • sistema para tocar o áudio.


Um projetor fornece os 3 primeiros itens da lista. Mesmo que os filmes geralmente sejam projetados em uma tela, uma grande parede branca é tudo o que você realmente precisa.

O que é um projetor de cinema

Um projetor de cinema é um aparelho que move continuamente o filme por uma passagem de maneira que cada quadro seja parado por uma fração de segundo na frente de uma luz. A fonte de luz fornece uma iluminação extremamente brilhante que projeta a imagem do filme por uma lente em uma tela.
Há quatro grupos de partes importantes que compõem um projetor:



  • conjunto de bobinas (cambers, rodas dentadas, garra, motor e bandeja);
  • conjunto de lâmpadas (lâmpada, condensador, ventilador e espelho);
  • conjunto de lentes (lente, condensador e obturador);
  • conjunto de áudio (leitores óticos e digitais, LEDs).
Enrolando o filme

Uma quantidade enorme de dinheiro é gasta na produção de filmes em película de 35mm. Os projetores de cinema movem o filme na velocidade de 24 quadros por segundo, usando 45,7 cm de película para criar cada segundo do filme.
Nessa velocidade, você precisa de muito filme. Considere estes cálculos:

um segundo = 45,7 cm (24 quadros por segundo divididos por 16 quadros por 30,5 cm);
um minuto = 27,5 m (45,7 cm por segundo multiplicados por 60 segundos);
uma hora = 1650 m (27,5 m por minuto multiplicados por 60 minutos);
filme típico de duas horas mais cinco minutos de propagandas = 3428 m (342 m divididos por 5280).
Você pode usar essa fórmula para saber a quantidade extra de filme usada para fazer as cenas que for assistir. Simplesmente multiplique o número de minutos do filme por 27,5 para obter o número de metros de filme.

Como um filme de longa-metragem é muito grande, os distribuidores o dividem em partes que são enroladas. Um filme de duas horas será, provavelmente, dividido em cinco ou seis rolos. No começo, os filmes eram mostrados com dois projetores. Um projetor era alimentado com o primeiro rolo e o outro com o segundo rolo de filme. O operador começava o filme com o primeiro projetor e quando este estava a onze segundos do fim do rolo, um pequeno círculo piscava por um curto tempo no canto da tela. Isso alertava o operador para ficar pronto para mudar para o outro projetor. Outro círculo piscava quando faltava um segundo para acabar e o operador apertava um pedal de conversão para ligar o segundo projetor e parar o primeiro. Enquanto o segundo rolo estava passando, o operador removia o primeiro do outro projetor e colocava o terceiro. Essa troca continuava até acabar o filme.

Nos anos 60, um dispositivo chamado bandeja começou a aparecer nos cinemas. A bandeja é formada de dois a quatro discos grandes, com aproximadamente 1,2 a 1,5 m de diâmetro, empilhados verticalmente com aproximadamente 0,5 cm de distância entre eles. Um alimentador em um lado da bandeja transfere o filme para dentro do projetor e, depois, o recolhe novamente para enrolar em um segundo disco. Os discos têm espaço suficiente para acomodar uma bobina grande para o filme todo, que o operador monta juntando todos os rolos. Essa montagem é feita cortando o fim de um pedaço de filme e emendando-o cuidadosamente no começo do outro pedaço.



Assim que o operador coloca todo o filme em uma única bobina, algumas coisas acontecem:

  • um projetor pode mostrar todo o filme;
  • um operador pode passar filmes em várias salas ao mesmo tempo.

Estes fatores baratearam o custo do cinema porque são necessários menos empregados e projetores e ainda impulsionaram o nascimento do multiplex, um conjunto de salas em um único cinema. Desde a sua introdução, os cinemas multiplex aumentaram de duas a quatro salas para de quinze a vinte. Esses supercinemas são chamados megaplex.

Movendo o filme

Assim que o operador emenda o filme e carrega a bandeja, ele passa o filme pelo encaixe da saída da bandeja e para dentro do projetor. As tiras de filme têm pequenos furos quadrados em ambos os lados chamados furos de tração. Esses furos se encaixam nos dentes de engrenagens especiais chamadas rodas dentadas. Essas rodas dentadas, movidas por um motores elétricos, puxam o filme através do projetor. Os cambers, pequenos rolamentos com molas, tensionam o filme para evitar que dobre ou saia da roda dentada.

O filme precisa avançar um quadro, pausar por uma fração de segundo e, então, avançar para o próximo quadro, o que pode ser feito de duas maneiras. A primeira usa uma pequena alavanca, conhecida como garra, montada em uma barra perto do trilho do filme e que se conecta à borda externa de uma roda que funciona como uma alavanca. O movimento circular da manivela, faz a garra levantar e sair dos furos do filme para, então, baixar e entrar em outro furo, fazendo com que o filme avance um quadro. A velocidade da roda dentada é perfeitamente sincronizada com a ação de alavanca da garra para que o filme avance na velocidade de 24 quadros por segundo.

Na segunda maneira utiliza-se um outro tipo de roda dentada montada logo abaixo do condensador. Essa roda dentada intermitente gira apenas o suficiente para puxar o filme em um quadro, pausar e, então, rodar de novo. Os dentes intermitentes são mais confiáveis e não gastam as perfurações do filme tão rapidamente como a garra.

O filme é esticado sobre duas barras à medida que passa na frente da lente. As barras servem para manter o filme esticado e alinhado. Dependendo da configuração do projetor e do formato de som usado, o filme vai passar por um decodificador ótico de áudio montado antes ou após a lente. Para som de cinema, o filme vai passar por um decodificador digital especial preso na parte de cima do projetor. Quando o filme sai do projetor (ou do decodificador de áudio digital), é levado por uma série de rolamentos de volta à bandeja e é enrolado em uma bandeja de saída.

Projetando o filme

O elemento-chave em um projetor é a fonte de luz. Lâmpadas de arco voltaico de carvão têm sido usadas desde o início de 1900, mas têm uma vida útil curta. Lâmpadas de xenônio são as mais usadas hoje. O xenônio é um gás raro com certas propriedades que o fazem adequados ao uso em projetores:

  • em quantidade densa o suficiente, o gás conduz eletricidade;
  • como é um condutor, ele incandesce com muita claridade;
  • ele continua iluminando por um longo tempo (2 a 6 mil horas).

As lâmpadas de xenônio têm um envelope de quartzo em vez de vidro porque ficam muito quentes e produzi-las é um processso muito complicado. O quarto comporta um cátodo e um ânodo. Como o próprio xenônio é condutor, a lâmpada não precisa de um filamento. Em vez disso, quando a corrente é aplicada ao bulbo, a carga forma um arco entre o cátodo e o ânodo. Para o bulbo iluminar o suficiente, o xenônio deve ser puro e o envelope de quartzo precisa ser fechado a vácuo. Como o xenônio é um gás raro e o processo de fabricação do bulbo é complicado, as lâmpadas de xenônio geralmente custam US$700 ou mais cada.

A lâmpada de xenônio é montada no centro de um refletor parabólico localizado no compartimento da lâmpada. O espelho reflete a luz e a concentra no condensador. O concentrador é um par de lentes usadas para intensificar a luz e focalizá-la na lente principal do conjunto. O calor gerado por essa luz concentrada é inacreditável. É por isso que o filme derrete tão facilmente quando não está enrolado.

Quando a luz concentrada sai do compartimento da lâmpada e entra no projetor é interceptada pelo obturador. Ele é um pequeno sistema de tração que gira 24 v/s. Cada lâmina do obturador bloqueia a luz que aparece em um certo momento de sua revolução. Esse bloqueio é sincronizado com o avanço do filme de maneira que a luz não projeta a fração de segundo quando o filme é movido de um quadro para o próximo. Sem isso, o filme pareceria tremer ou teria imagens-fantasmas por estar fora de sincronismo. Muitos projetores usam obturadores duplos que giram em sentidos opostos. Isso faz com que a luz seja cortada de cima e de baixo de cada quadro, reduzindo ainda mais a possibilidade de a imagem parecer tremida.

Antes da luz atingir o filme, também passa por um condensador. Ele é uma pequena moldura removível de metal que bloqueia a luz, permitindo que ilumine apenas a parte do filme que você quer ver na tela. Dois bons exemplos de imagens indesejáveis na tela são as perfurações do filme e informações de áudio nos lados da tela. Os condensadores existem em uma variedade de tamanhos que correspondem ao formato da tela do cinema.


Do condensador, a luz passa pelo filme e pela lente principal. A lente é removível e pode ser mudada dependendo do formato do filme. As duas lentes mais comuns são a plana e CinemaScope. Muitos projetores têm um turret que permite que ambos os tipos de lentes sejam acoplados e que o projetor gire a lente escolhida até seu lugar.

Do projetor, a luz passa por um visor na frente da cabine de projeção e vai da cabine até a tela. Finalmente, as imagens do filme aparecem na tela.

Mecanizando o Processo

Os operadores têm desenvolvido muitas técnicas inovadoras para ter certeza de que o filme vai continuar como deve. Marca impressa é uma das mais interessantes e úteis. Um pequeno pedaço de metal preso na borda do filme em um local específico. Na hora certa, o filme passa por dois contatos elétricos e a marca impressa completa o circuito. Esse circuito funciona como um interruptor e pode servir para uma variedade de funções:

  • controlar as luzes
  • desligar as luzes
  • mudar o ajuste de lentes
  • mudar o formato do som
  • mudar as cortinas da tela (cortinas que escondem a tela)
  • trocar de projetor

O último item não é muito importante desde que os cinemas começaram a usar as bandejas, mas a mudança de projetores foi a razão original pela qual a marca impressa foi inventada. Com os interruptores, os fabricantes conseguiram mecanizar o processo de começar um rolo de filme à medida que o outro acaba. Empreendedores logo perceberam que podiam mecanizar várias outras funções, assim como certas combinações de marca impressa ativam certas respostas.

A marca impressa possibilitou a automatização de vários aspectos da projeção de cinema, como mudar o formato de som entre as propagandas e o filme, mas novos sistemas como o Reel Automation's Showtimer prometem aumentar e expandir os processos automatizados.

FONTE: HowStuffWorks

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